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Como disse no primeiro texto, a primeira coisa que me atraiu para assistir Orphan Black foi saber que uma atriz (Tatiana Maslany) conseguia dar vida a mais de dez personagens diferentes.  Enquanto assistia aos episódios, por diversas vezes meu cérebro foi enganado e eu cheguei a esquecer desse detalhe, acreditando serem mulheres diferentes em cena.

Autênticas, as clones Ledas apenas se parecem fisicamente, pois suas personalidades, gostos e até a forma de falar, vestir e andar são diferentes. Sarah é mãe solteira e traficante. Beth é uma policial depressiva viciada em remédios. Alisson, mãe, dona de casa e alcoólatra. Cosima, lésbica e cientista brilhante. Helena, uma assassina treinada criada em um convento. MK, uma hacker excelente e cheia de segredos. Rachel, fina, elegante e com sede por poder. Krystal, manicure sexy e, aparentemente ingênua, mas bastante esperta.

Há um tempinho, escrevi sobre a forte amizade dos personagens de The Big Bang Theory comparando com nossas amizades dentro da igreja e, desculpe se pareço repetitiva, mas é que em Orphan Black, tudo que disse no outro texto, também se aplica. Cada uma dessas mulheres tinha sua vida, mas foram ligadas por um material genético em comum. Com exceção de Sarah e Helena, todas eram estéreis e doentes, em busca de uma cura. E todas estavam fugindo das corporações egoístas que ou queriam usá-las como objetos de um experimento gigantesco ou queriam matá-las. Por causa disso, todas, até mesmo Rachel, precisaram unir-se e trabalharem juntas.

Há diversas cenas fortes na série que mostram a ligação que se formou entre cada clone. Destaco o momento em que Sarah descobre que ela e Helena são irmãs gêmeas e esta insiste que elas são uma família. Aliás, é com Helena que surge a palavra ‘’sestra’’, que significa irmã, para se referir às outras clones.

Outra cena que deixa bem claro isso é quando Alisson, sentindo-se menosprezada na igreja que frequenta, por causa das crises que passou, resolve dizer a todos como se sente e denunciar a hipocrisia presente ali. É nesse momento também que ela diz que faz parte de um grupo que eles nunca entenderiam. Chega a ser irônico ela falar isso para membros de uma congregação, mas infelizmente sabemos que existe uma diferença grande entre frequentar uma igreja e ser parte da igreja.

Paulo, em Gálatas 3:26-28, nos garante que, mesmo sendo diferentes, por meio de Jesus, agora somos um só povo. Éramos órfãos, mas agora somos filhos de Deus. Temos inimigos tentando nos destruir a todo o momento, temos fraquezas, debilidades. Somos estéreis e doentes, mas temos em Cristo a nossa cura e é no convívio com nossos irmãos (ou com as sestras, voltando para a série) que encontramos força para prosseguir na caminhada. A dificuldade de conviver e criar laços de irmandade com pessoas diferentes também aparece na série, como não poderia deixar de ser. O importante mesmo é seguir, suportando uns aos outros em amor.

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